terça-feira, 10 de novembro de 2009

Trabalho de TGA, apresentado em 09/11/2009.
Segue texto na íntegra caso haja interesse.

CENTRO UNIVERSITÁRIO PLÍNIO LEITE
Curso de Ciências Contábeis

Antônio Adonai Castro
Bruno Bastos Guimarães
Carlos Faria Júnior
Diego Ribeiro Araújo
Kelen Fernandes dos Ramos
Leandro Vieira Barbosa
Luã Silva de Mello
Sebastião Antônio Casado
Vinícius Costa de Oliveira

Teoria Geral da Administração
(Índices Financeiros)



Niterói
Novembro de 2009


Sumário

a) Índices financeiros: Introdução e Conceitos

b) Finalidades

c) Classificação dos índices (categorias)
Índices de Liquidez
Índices de Endividamento ou de Solvência
Índices de Atividade ou Eficiência Operacional
Índices de Rentabilidade
Índices de Lucratividade
EBITDA

d) REFERÊNCIAS



Índices Financeiros

Índices financeiros são relações entre informações contábeis que visam chamar a atenção pra determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa.

De tempos em tempos, toda empresa necessita apresentar relatórios contábeis contendo a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), o Balanço Patrimonial, os Fluxos de Caixa etc, é o que chamamos genericamente de /Demonstrações Financeiras/. Tais demonstrações são compostas pelos índices financeiros, estes utilizados para apurar o desempenho da empresa. Os credores, os órgãos reguladores, acionistas atuais e também os futuros e os próprios administradores são os maiores interessados nestes índices. Por exemplo os acionistas, desejam ter uma idéia do nível de risco e retorno da empresa, que afetariam o preço da ação. Já os credores interessam-se pela liquidez de curto prazo da empresa para saber se a empresa é saudável, se possui capacidade de honrar seus compromissos financeiros.
Índices financeiros são calculados pelo quociente de dois itens dos demonstrativos financeiros, a simplicidade no cálculo dos índices pode esconder poderosas ferramentas, por outro lado, decisões equivocadas podem ser tomadas quando não é dada a devida atenção.

A análise de uma empresa utilizando índices financeiros também tem como finalidades:

  • Prever que uma empresa entre, ou não, em dificuldades financeiras;
  • Avaliar o potencial risco da empresa não honrar seus compromissos e ser considerada como tecnicamente falida;
  • Fornecer informações ao investidor para não investir em determinada empresa;
  • Análise dos índices financeiros podem ser feitas tanto comparando com índices de outras empresas (concorrência) quanto pelo comportamento dos índices da empresa ao longo do tempo.

Os índices financeiros podem ser agrupados em diversas categorias. Segue um resumo:

Índices de Liquidez

Os índices de liquidez medem a capacidade financeira da empresa de saldar suas dívidas e se dividem em quatro tipos: geral, de liquidez corrente, de liquidez seca, de liquidez imediata. O ideal é que os índices de liquidez sejam iguais ou superiores a 1.

O índice de liquidez geral (LG) é o quociente entre AC + ARLP e PC + PELP. Ele evidencia se os recursos existentes são suficientes para cobrir as obrigações assumidas pela companhia.

O índice de liquidez corrente (LC) indica a proteção oferecida aos credores de curto prazo pelos ativos, que como esperado, serão convertidos a caixa no período correspondente. Calcula-se esse índice pela divisão do AC pelo PC. Caso o índice seja igual ou superior a 1, isso indicará que a empresa não está trabalhando em excesso com capital de terceiros. E, e se for maior que 1, significa que há uma folga financeira.

No entanto, esse índice não consegue medir se há sincronia entre pagamentos e recebimentos, nem mesmo a liquidez dos estoques e das contas a receber. Há riscos que precisam ser considerados, como dados distorcidos, estoques invendáveis, recebimentos improváveis.

O índice de liquidez seca (LS) elimina uma fonte de incerteza, que é a efetiva liquidez dos estoques, ao eliminar essa variável do cálculo. Assim, através desse índice mede-se a capacidade de pagamento das dívidas diante de uma eventual paralisação das vendas. Calcula-se esse índice pela divisão do AC, excluindo-se estoques, pelo PC.

O índice de liquidez imediata (LI) relaciona o disponível imediato, incluindo caixa, bancos e títulos negociáveis, para fazer face aos pagamentos de curto prazo. Mesmo que esse índice não seja superior a 1, desde que seja igual, já é uma situação favorável, pois indica que a empresa não precisa recorrer a outras operações para conseguir mais dinheiro. Caso seja inferior a 1, isso poderá não representar situação de insolvência devido aos prazos de vencimento das obrigações.

Índices de Endividamento ou de Solvência

Os índices de endividamento medem proporções entre capitais próprios e de terceiros. Os capitais de terceiros representam maior risco para a empresa porque impõem pagamentos de juros e amortizações em datas prefixadas. O capital próprio é mais flexível e pode absorver situações adversas.

Há três índices de endividamento: endividamento geral, composição do endividamento, cobertura de juros.

O endividamento geral (EG) pode ser encontrado em diversos livros com nomenclaturas diferenciadas – grau de endividamento, índice de participação de capital de terceiros. Esse indicador permite verificar o montante do ativo total financiado com recursos de terceiros. É obtido pela divisão entre PET e AT. Elevadas proporções nesse índice revelam que a empresa encontra-se excessivamente endividada. Quando o índice é igual a 1 há dependência absoluta.

O índice de composição do endividamento (CE) indica a proporção existente entre as obrigações de curto prazo e as obrigações totais. Quanto menor esse índice, melhor para a organização, pois assim, menor será a pressão no caixa para pagar compromissos de curto prazo. Sua medição se dá pelo quociente entre o PC e o PET, e este varia entre 0 e 1.

O índice de cobertura de juros (CJ) mede a capacidade da empresa em pagar juros contratuais. Quanto maior o índice, maior a capacidade da empresa liquidar os juros. Esse índice é obtido pelo quociente entre o antes das despesas financeiras e do imposto de renda pelas despesas financeiras.

Índices de Atividade ou Eficiência Operacional

Esse tipo de índice revela a velocidade com que os elementos do ativo giram durante o exercício em questão e é expresso em período de tempo. Esses índices permitem avaliar o tempo que a empresa demora, em média, para receber suas vendas, para pagar suas compras e para renovar seu estoque. No caso dos elementos de ativo, quanto mais rápido, melhor, enquanto nos elementos de passivo, o inverso é válido.

Conhecer a velocidade com que os elementos patrimoniais se renovam durante determinado período de tempo nos permite analisar o desempenho operacional da empresa.

Dentre os índices de atividades temos: rotação de estoques, rotação de contas a receber, rotação de contas a pagar, rotação do ativo imobilizado.
Índices de Atividade ou Eficiência Operacional
O índice de rotação de estoques (RE) nos permite saber o número de vezes que o estoque se renovou no período analisado. Ou seja, o número de vezes que o estoque foi vendido. Para calcular esse índice devemos obter o quociente entre o CMV e o estoque médio.

A partir do índice de rotação também podemos conhecer o prazo médio de estocagem de mercadorias. Basta dividirmos 360 (ano comercial) pelo índice de rotação.

O índice de rotação de contas a receber (RCR) indica a velocidade com que as vendas de uma empresa se transformam em dinheiro em caixa. Quanto maior o índice, maior a velocidade. Sua obtenção se dá pela divisão das vendas à prazo do período pela conta a receber média. A partir desse índice, podemos conhecer o prazo médio de recebimento, ou seja, o número de dias que a empresa leva para receber efetivamente o valor de suas vendas. Basta dividirmos 360 pelo índice de rotação.

O índice de rotação de contas a pagar (RCP) indica quantas vezes a empresa, em média, renova seu contas a pagar fornecedores. Calcula-se esse coeficiente por meio da divisão dos CMV + estoque final – estoque inicial pelo fornecedores médios. Quanto menor o quociente , maior será o prazo concedido pelos fornecedores.

A partir do índice de rotação de contas a pagar pode-se calcular o prazo médio de pagamento, dividindo-se 360 pelo mesmo.

O índice de rotação do ativo imobilizado (RAI) indica a eficiência com que a organização utiliza seus investimentos fixos. É obtido pelo quociente entre a receita anual e o ativo imobilizado. Equivale a quantas vezes o ativo imobilizado se transformou em vendas no decorrer do exercício. Quanto maior, melhor, pois revela a capacidade da empresa na utilização eficiente do ativo imobilizado.

Índices de Rentabilidade

Os índices de rentabilidade são medidos por meio de comparações entre o lucro obtido e os investimentos realizados. Ou seja, mostram o lucro auferido pela empresa na utilização de seus ativos.

Dentre os índices de rentabilidade tem-se o retorno sobre o ativo total e o retorno sobre o patrimônio líquido.

O retorno sobre o ativo total (RAT) é calculado pela divisão entre o lucro líquido e o ativo total. Esse índice permite verificar a eficiência global do emprego dos recursos na geração de lucros. O ideal é que seja superior a 1.

O retorno sobre o patrimônio líquido (RPL) indica quanto a organização obteve de lucro líquido para cada unidade monetária de capital próprio investido. Ou seja, qual a taxa de lucratividade do capital próprio investido. É um dos mais importantes porque mostra a rentabilidade que a empresa oferece aos seus proprietários.

Esse índice é calculado pela divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido.

Índices de Lucratividade

Os índices de lucratividade examinam as margens de lucro da empresa e permitem compará-las de diversas formas. Esse tipo de índice busca a relação entre o lucro auferido e os recursos obtidos com as vendas. Ou seja, o lucro por unidade de receita de vendas.

Os principais índices de lucratividade são a margem bruta, a margem líquida e a margem operacional.

A margem bruta (MB) revela o quanto a empresa lucrou na operação na relação a vendas líquidas mensurando sua eficiência no processo de produção. Esse indicador mostra a margem da fábrica. Seu cálculo é feito através da divisão do lucro bruto pela receita líquida.

A margem líquida (ML) mostra o resultado da empresa em relação às vendas líquidas após subtrair, do lucro operacional, o resultado não operacional e a provisão para pagamento de imposto de renda e contribuição social. Mostra quanto das vendas resultaram em lucro líquido.

Seu cálculo se dá pela divisão do lucro líquido pela receita líquida.

A margem operacional (MO) mostra, após a dedução das despesas operacionais, quanto a empresa obteve de resultado em relação às vendas. Calcula-se a MO pela divisão do lucro líquido pela receita líquida.

EBITDA

É uma métrica muito utilizada pelos analistas de mercado e investidores para avaliar o desempenho de um negócio. Possui o status de indicador de geração de caixa operacional, ou seja, quanto a empresa gera de recursos apenas com a sua atividade fim.

A sigla na língua portuguesa seria LAJIDA, que quer dizer lucro antes dos juros, dos impostos sobre lucro, depreciações e amortizações.

É um indicador apontado pelos analistas como um dos mais importantes indicadores de geração de caixa de uma empresa de atuação global com negócios em diferentes países. Por desconsiderar os juros e os impostos locais coloca as empresas de diferentes países em um mesmo padrão comparativo.







REFERÊNCIAS:
Glossário, Economia e Finanças.
Disponível em: . Acessado em: 07 de Novembro de 2009.

. Acessado em: 04 de Novembro de 2009.

. Acessado em: 08 de Novembro de 2009.

. Acessado em: 09 de Novembro de 2009.

. Acessado em: 09 de Novembro de 2009.

ANGELO, Cláudio Felisoni de, SILVEIRA, José Augusto Giesbrecht da. Finanças
no Varejo: Gestão Operacional. São Paulo: Atlas, 1996.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 7ª ed. São Paulo:
Harbra, 1997.
MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis. São Paulo: Atlas,
2002.
MARION, José Carlos. Curso de Contabilidade para não Contadores. São Paulo:
Atlas, 2001.

Nenhum comentário: